A vida deve ser construída e você é o construtor

A vida não é algo definido e pronto. Ela não tem sentido, significado e nem segurança. O ser humano até recebe sugestões de como lidar com essas coisas, seja dos pais, dos irmãos, da escola e dos grupos sociais as quais se está inserido, mas é com o tempo e por sua própria experiência que este indivíduo percebe que não há convergência entre o que lhe foi sugerido e indicado e o que consta dentre dele.

E o que fazemos com aquilo que não tem sentido, significado ou segurança, ao mesmo tempo que esta mesma coisa tem um início e certamente tem um fim? Sim, o que fazer com a vida que tenho se não sei ao certo o que ela é, não sei qual seu sentido, não sinto nela nenhuma segurança?

Uma resposta é dar seu próprio sentido a essa vida!

Quando se dá o próprio sentido à vida algo bom pode surgir. E dar sentido à vida significa que uma vida deverá ser construída! E advinha quem será o construtor? Sim, você! Não há autor melhor, mais capaz, mais adequado e mais preparado para dar sentido a sua vida.


“Só você sabe o que passou para chegar até aí. Não é o outro responsável para construir quando só você conhece tudo sobre si”.

Construção é algo que se começa quase do zero. Fundamentos são lançados, estacas de essências são plantadas, muros são bem firmados. Mas para construir é preciso força. Sim, força de vontade. Motivação.

Qual é sua motivação? Que motivo você tem para viver? Qualquer coisa. Não importa o que seja, pois a mais ninguém importa: o motivo é seu.

E essa força vem de uma só fonte que podemos dividi-la em duas: a fonte da força interior, do desejo de viver, a mesma força que foi necessária para o nascimento; e a fonte de nossas heranças, de nossos sentimentos mais arcaicos, que podem ser sentidos quando, em gratidão, olhamos para trás e reconhecemos de quem nós viemos: de nossos pais e de nossos antepassados.

No entanto, uma vez que tenho força de vontade, é necessário saber em que sentido aplicarei meus esforços. É preciso uma ideia, um pensamento. Freud disse que o pensamento é o ensaio da ação. Ou seja, quando pensamos, estamos elaborando e ensaiando a realização de um desejo que já é uma realidade psíquica, mas que aguarda nossa ação para que este se torne uma realidade concreta.

Este complexo ideia-força ou pensamento-esforço é essencial para que uma construção seja possível. Não há construção sem que antes um projeto seja arquitetado, uma ideia tenha surgido ou um objetivo elaborado a ser alcançado. De mesmo modo, para que essa construção ocorra, é imprescindível que haja mão-de-obra disponível para a realização dos serviços.

Assim como um projeto de construção de um edifício sem mão-de-obra é um desenho que não passa do papel, assim são as ideias e pensamentos sem suas respectivas realizações: não passam de fantasias, ilusões, quem sabe até alucinações. Ficam nos projetos, nos sonhos, nas projeções futuras e nas idealizações. Parece que a vida fica travada, acomodada. Uma falsa esperança de que tudo acontecerá sem nenhum esforço.

De semelhante modo, a aplicação dos serviços de mão-de-obra sem um projeto a cumprir é como levantar uma casa no brejo ou na beira do mar. Isto é, o esforço de vida ou a força de vontade tornam-se um fim em si mesmos e no final encontramos apenas o cansaço e o resultado é nenhum; é como um homem que caminha sem saber para onde ir: não chega a lugar algum e já não possui forças para continuar.

Contudo, o que deve prevalecer é que a construção é algo processual, constante e surpreendente, onde as coisas ocorrem tanto simultaneamente como ordenadamente, de forma que todos os pontos estejam ligados, seja pela ideia que a originou, seja pela energia de vida que impulsiona o homem na construção da vida que precisa ser vivida e sentida.

Pense nisso.

Filipe Freitas

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